São Paulo: múltiplos olhares: regionalidade, identidade e cultura

Neste blog estamos dispondo narrativas visuais, textos e fotografias como parte de uma reflexão sobre a regionalidade, identidade e cultura identificadas como uma crônica do cotidiano regional que abrangerá as cidades de São Paulo, Sâo Bernardo do Campo e Santo André na região do grande ABC.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Resenha do documentário Milton Santos "O mundo visto do lado de cá"

fonte: www.sonhosmelodias.blogspot.com 

         O documentário do Milton Santos nos convida a fazer uma reflexão, principalmente aos educadores, como levar os alunos a construírem conhecimentos devidos para pensarem num ponto de vista de autonomia própria. Para tanto, é preciso dedicação, em especial na área da educação, na tentativa de mostrar que o consumismo é o grande fundamentalismo como indaga o Milton Santos.
           Estão explícitos os contrastes entre milhões de ricos e pobres, uma realidade mostrando povos, países, raças em diferenças de grandes proporções e a fome que permanece nesse tal mundo civilizado, como o contraste do mundo contemporâneo em todos os cantos, onde os pobres não têm lugar na sociedade. Vê-se muita miséria, muita gente sem o mínimo da digna sobrevivência do ser. O preconceito estampando de países fortes sobre os países pobres, de maneira covarde, que visa apenas para as finanças de acordo com seus interesses.  
           O consumismo é um grande problema afastando as pessoas de religiões, culturas e de fato da humanização. Mas há um povo que revoluciona para melhorar ou buscar seus diretos naturais de cidadãos comuns. No documentário, felizmente mostra, também, que os povos estão lutando de qualquer canto do mundo e, estão usando suas próprias linguagens, do seu país, para suas conquistas. Segundo Milton Santos “Os povos estão no período demográfico, é dos atores de baixo, ou seja, daqueles que não estão na mídia, que levará muitos combates, embora surgem muitos empecilhos. Mas o povo está vivendo a cada dia para lutar pelos seus direitos”.
A globalização existe apenas para reproduzir o poder de um grupo de homens que querem dominar o mundo, do qual somos uma pequena parcela e no qual estamos inseridos. Esse poder massacra o pobre, desumaniza o homem, pois o humanismo é substituído pelo  consumismo que é a base fundamental da globalização. Nesse mundo, o consumismo é uma guerra incessante, onde a sociedade emita as vozes alheias, porque não há lugar para a vontade, o desejo, e a liberdade do pobre. Não há lugar para a própria cultura, religião e língua de um povo. Os muros das fronteiras entre os países estão abertos somente para o dinheiro.
            Não há e não se discute a democracia. A mídia é usada para controlar o que se passa no mundo através de notícias que são apenas interpretações dos fatos. As grandes transações da  política econômica são feitas pelos que estão no poder, pois a ética estabelecida é que os pobres não podem andar no mundo dos poderosos.
            Contudo, há a esperança de que os homens oprimidos vejam o mundo com os próprios olhos, indaguem se podem mais com o mundo ou este pode mais do que a sua liberdade; o que está em seu poder e o que depende de forças exteriores que agem sobre eles.
A questão da globalização gera três mundos diferentes que se alojam numa sociedade sofrível. São eles: o primeiro mundo - A globalização como fábula, onde querem que o povo enxergue o que querem impor, através das mídias surreais, como diz Milton Santos - nas sociedades corporativas reina a propaganda como fazedora de símbolos (p.11); - o segundo: Um mundo onde a globalização é tida como perversidade, onde a população sente na pele a miséria, a fome, a indignação, a exclusão; e por fim, um mundo onde a globalização é tida como ela pode ser, ou seja, uma globalização onde nem todos se beneficiam verdadeiramente.
            A globalização deveria ser como uma matriz da vida social e política, gerando o bem comum e um novo modelo cívico, pois o nosso tempo, como diz Milton Santos no documentário, vem com uma grande novidade onde podemos nos tornar perfeitamente universais.
O modelo cívico forma-se, entre outros, de dois componentes essenciais: a cultura e o território: O componente cívico supõe a definição prévia de uma civilização, isto é, a civilização que se quer o modo de vida que se deseja para todos, uma visão comum do mundo e da sociedade, do indivíduo enquanto ser social e das suas regras de convivência. (Santos Milton, 1998, p.5)

            Dessa forma, o que realmente deve importar é a história do presente, como diz Milton Santos neste documentário. Uma história que parta do um, do cidadão, onde deve se manter o foco num modelo cívico decente para que se gere uma nova sociedade menos agonizante.
O século 20 é o tempo das revoluções tecnológicas, e o humanismo foi substituído  pelo consumo voraz, onde as pessoas valorizam o ter e deixam de lado as relações pessoais - o ser humano em si.
O dinheiro está posto como o centro do mundo, sendo este proposto pelos economistas e imposto pelas mídias em geral.
A notícia é uma grande fonte geradora de riquezas, sendo usada da forma que é útil para os grandes donos da informação. A mídia usa a notícia de maneira apropriada para o momento, em seu benefício próprio. Porém, hoje em dia já temos várias pessoas que usam as músicas e filmes como forma de protesto, contra o sistema de governo, drogas, violência, etc.
Os atores que vão mudar a história da humanidade são os que vem de baixo, eles vão agir de baixo para cima, os pobres de cada país, dentro dos diversos continentes.
O desemprego virou uma situação normal, e se tornou também uma condição para que países se acheguem à globalização. Situação que cada vez mais cresce, porque presenciamos pessoas que já atingiram a idade de quarenta anos e as empresas recusam-se a empregá-las, e justificam que as oportunidades te quem ser dadas para os mais jovens. De outro lado, os jovens não conseguem uma oportunidade no mercado de trabalho por não terem experiência.
Portanto, temos milhões de pessoas que morrem de fome, por causa do desemprego, que assola muitas vidas.

Referência Bibliográfica:
SANTOS, Milton. O espaço do Cidadão. 4ª Edição. São Paulo: NOBEL,1998

Autoras:
Desiree Stefanie
Edinalva Batista
Edleide Moura
Leda Sierra
Soraia de Oliveira